sábado, 15 de fevereiro de 2014

Privatização do mar à vista

Capela de S. João, Paramos. Foto: António Ferreira da Rocha 9fev2014
  • A proposta de lei que estabelece as bases do ordenamento e da gestão do espaço marítimo nacional,  nascida no governo de Passos-Portas e reformulada por um acordo e redação conjunta entre PSD, CDS-PP e PS, prevê a privatização, através de concessões, de áreas ou volumes de mar por 50 anos, alerta o BE. São sobejamente conhecidos os impactos negativos dos famigerados projetos PIN, em terra. O mesmo irá acontecer no mar. Porque os interesses privados, a ganância do privado, vai esganar o interesse público e arrasar os recursos naturais.
  • "Temos de começar a pensar no recuo da ocupação da costa, o que será um processo moroso e complexo, até porque há os direitos de propriedade das pessoas, mas que tem de ser planeado. A Holanda já está a largar território ao mar e temos de começar a pensar nisso", defendeu Manuela Cunha, de Os Verdes. Além disso, temos que suspender a construção de barragens, provavelmente a maior fonte de retenção de areia tão recessária para alimentar as praias.
  • A Associação Projeto J Viver Educar Mudar! alertou para o perigo iminente no Poço de São Vicente, nas minas de S. Pedro da Cova, que, devido ao temporal está inundado e as ruas adjacentes são cursos de água laranja. 
  • A central solar de Ivanpah, no deserto Mojave, capaz de fornecer energia a 140 mil casas, poderá ser a primeira e última com a tecnologia de espelhos. A descida dos preços das tecnologias concorrentes e a enorme redução de subsídios públicos assim o sugerem.
  • O governo chinês anunciou prémios no valor global de cerca de 2 mil milhões de dólares para serem atribuídos a cidades ou regiões que registem progressos significativos no control da qualidade do ar.
  • Mais da metade dos equipamentos eletrónicos é substituída devido à obsolescência programada, por EcoDebate.

2 comentários:

OLima disse...

A propósito da posta "A proposta de lei que estabelece as bases do ordenamento e da gestão do espaço marítimo nacional, nascida no governo de Passos-Portas e reformulada por um acordo e redação conjunta entre PSD, CDS-PP e PS, prevê a privatização, através de concessões, de áreas ou volumes de mar por 50 anos, alerta o BE."

Ana Paula Vitorino, ao Público de 15fev2014.
http://www.publico.pt/politica/noticia/a-justica-a-administracao-publica-sao-custos-de-contexto-o-mar-e-o-nosso-futuro-1623729

Temos que encarar o ordenamento do espaço marítimo com a mesma dimensão e seriedade com que se encara o ordenamento do espaço terrestre. O que não é feito. Em terra, o cidadão, o empresário, o investidor, toda a gente sabe o que é que é possível fazer onde. No mar ainda não é assim. E tivemos um papel aqui, no Parlamento, para transformar um projecto do Governo que era, de alguma forma, insípido, conseguindo fazer o Governo aceitar as nossas propostas. Há agora condições para se poder dizer que passa a haver ordenamento.
(...)
A política de ciência, de investigação e de inovação tem que ter a noção de que há sectores que têm que ser mais valorizados. Assim como existe o fundo português do carbono, também tem de passar a haver um fundo para investigação e preservação do mar. Sem ter que se canalizar mais dinheiro. O que paga é a actividade económica. Havendo mais actividade económica, há mais dinheiro. Se nós afectarmos uma pequena percentagem do que resultar de licenças, de concessões, da actividade económica.
(...)
Não é uma questão de desinvestir. Há áreas em que elas próprias podem seguir sem tanto apoio porque já têm lastro. Por exemplo, na medicina já temos investigação paga por privados. Poderá fazer-se alguma reafectação. Mas sim, tem que haver um impulso inicial que terá de vir do Estado. Depois a manutenção é quase auto-sustentável porque será a própria economia do mar a sustentá-la.

OLima disse...

A propósito de A central solar de Ivanpah, o LATimes de 1 de março de 2014
http://www.latimes.com/local/la-me-ivanpah-technology-20140302,0,7705685.story
dá a notícia do NYTimes de 13 de fevereiro :)
http://www.nytimes.com/2014/02/14/business/energy-environment/a-big-solar-plant-opens-facing-doubts-about-its-future.html