segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Reflexão – a exploração do fundo dos oceanos

A perspectiva de uma espécie de corrida ao ouro ao fundo do mar está a preocupar muito boa gente. É que há enormes potencialidades de exração de ouro, cobre, manganês e cobalto a partir de nódulos, pequenas riochas ricas em minerais. Já foram concediads licenças a 17 empresas estando a ser analisados os pedidos de outras 7, todas cobrindo enormes zonas do Pacífico, do Atlântico e do Índico. Uma das mais recentes licenças foi concedida à britânica Seabed Resources, uma filial da gigante da defesa niorte-americana Lockeed Martin. As Nações Unidas criaram a Autoridade Internacional para o Fundo do Oceano para controlar essa corrida. Um relatório desta instituição reconhece que a mineração no fundo do mar será altamente destrutiva e poderá representar, a longo prazo, consequências desastrosas para a vida marinha. Por isso, exige às concorrentes provas cabais da sua competência, salvaguardas ambientais e a promessa de benefícios para as comunidades locais abrangidas pelas operações de mineração. 

Sabemos isso tudo. Já ouvimmos essa música, já vimos esse filme de salvaguardas ambientais, de rigor, de fiscalização, de benefícios para as comunidades locais quando se lançaram projetos de barragens, de centrais nucleares, de plataformas de gás e petróleo, de fraturação hidráulica. E também já vimos as grandes corporações fazerem lóbi junto de jornalistas, comentadores, políticos, congressistas, primeiros-ministros e presidente, poderosos deste mundo, no sentido de manipularem as regras a seu gosto. Vimo-las colocando gente da sua confiança à frente de instituições de decisão e controlo para melhor atingirem os seus objetivos. Já vimos comunidades serem privadas das suas posses e deslocalizadas das suas terras ao som do bem comum e do bem público, com promessas de benefícios para si e seus filhos, acabarem ficando sem nada e sem esperança. Por isso, não é por acaso que toda esta nova vaga, sinistra e subterrânea, se move muito secretamente. Até quando? Aposto que ficaremos a saber um pouco mais quando ocorrer a primeira catástrofe ambiental da era da mineração do fundo dos oceanos.

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